Quando estava grávida, minha sobrinha de quatro anos colocou seus grandes e lindos olhos sobre minha enorme barriga de sete meses e sem nenhum aviso prévio disparou: '' tia por onde o Bernardo vai sair?'' Fiquei chocada com a interrogação, imediatamente passei a bola para a mãe.
A mãe da menina, professora de biologia surpreendentemente respondeu: '' você ainda não tem idade de saber essas coisas''. Até hoje fico me perguntando quando é a hora certa para saber como e por onde os bebês nascem, pois na infância somos crianças demais, quando finalmente crescemos nossos pais, e nós pais, não conseguimos conversar com nossos filhos sobre aquela palavra simples e de dimensão complexa: SEXO.
Parece horrivel falar de algo que é natural na vida de qualquer um., mais precisa ser descoberto no momento e com a pessoa certa, mas se o papai e a mamãe não orientam os filhos, quem vai orientá-los? Tal vez um amigo ou amiga que saiba tanto quanto, ou uma revista qualquer. Não seria esse tabu um dos motivos dos altos indíces de gravidez na adolescencia, e do número cada vez maior de jovens infectados com alguma doença sexualmente transmisível? Vai saber..
Oi minha querida Bruna!
Parabéns pelo Blog!
Quanto a matéria, o melhor momento para falar de sexo com crianças e adolescentes e buscar responder seus questionamentos da melhor forma possível, não deixando que eles busquem essa respostas com outras pessoas que não tenham vinculo famíliar, pois se eles não confiarem que seus pais e familiares possam responder seus questionamentos e, a partir da primeira negação de resposta, vão buscar em colegas da mesma idade. Cada pai ou responsável tem experiência para apresentar aos seus iguais, mas precisa adequar o vocabulário. Meu sobrinho de 3 anos, ainda não chegou na fase dos porquês, mas estou me preparando para não deixa-lo com dúvidas e que ele confie em mim para tirá-las.
Trabalho com crianças e adolescentes, e sempre vem uns com essas dúvidas que só um bom diálogo pode resolver. O ideal é ouvir e buscar ser exemplo. Muitas alunas perguntam sobre contraceptivos e sexo, dou a explicação científica e dialogo sobre o cotidiano, questiono sobre a relação com os pais e busco estreitar esses laços de confiança.
Não há receita pronta, mas busco argumentar com eles como se estivesse argumentando com um dos meus, enfatizando experiências e exemplos do cotidiano.
Obrigada por mais um espaço de diálogo!