Convicção Política ???
Acredito que meus nobres leitores e leitoras já assistiram ou pelo menos ouviram falar do filme '' Diários de Motocicleta'', a produção super premiada do brasileiro Walter Salles, que narra as histórias de viagens feitas por Alberto Granado e Ernesto ‘Che’ Guevara, momentos vividos antes do surgimento do lider da revolução cubana. Lendo um artigo sobre, achei interessantíssimo um parágrafo que fala da motocicleta: “poderosa”, nome dado à motocicleta que utilizaram em parte da viagem se desmantela ao longo do caminho e vira sucata. Parece até uma alegoria, uma figura de linguagem utilizada por Walter Salles para demonstrar o fim do sonho burguês a partir do ponto de vista de Guevara. A história da viagem registrada nos diários de Alberto e Ernesto nos mostra que poeticamente a transformação da “poderosa” em sucata realmente aconteceu e que, a partir desse momento, caminhando pelas rotas traçadas em seu mapa, os viajantes puderam reconhecer e identificar com muito maior clareza o povo latino-americano, nas suas carências e também em suas esperanças.''
Fantástico! Me atrevo a dizer que o admirável Che, lider revolucionário e socialista ''nasce'' nesse momento, ao deparar-se com a realidade dura de todo um povo, surge um sentimento incontido de revolta e indignação.A convicção de que tudo estava errado, e que ele precisa fazer algo.Eis o ponto.
Convicção, significa, Certeza adquirida por fatos ou razões; persuasão íntima, convencimento. Ao me deparar com certas discussões sobre administração pública, e com a defesa extremamente segura de uma classe semelhante a de origem do Che, me dou o direito irrevogável de questionar até que ponto, tais opinões, são fruto de uma certeza, de algo realmente vivido, e não apenas observado da janela do carro, qual o grau de sensibilidade diante da desigualdade, do descaso e da falta de coerência entre dever e diferença?
O que enobrece a discussão politica-social, é o coletivo: pessoas,classes, necessidades, ou seja,é o plural e não o singular.
Emprestando um trecho da música '' Vou caminhando'' de Geraldo Vandré, sintetizo o que testá preso na garganta de uma centena de gente, como a gente:
''Quem vem comigo
Bem sabe o que digo
Que há muito motivo
Pra gente chorar''